Por Karen Holanda – Psicóloga, especialista em casais e Terapia Cognitivo-Comportamental
Quando só um dos dois tenta — e o peso começa a enfraquecer a relação!
Lembro claramente de uma paciente me contar algo que talvez também faça sentido para você:
Ela levantou da cama e foi ao banheiro nas pontas dos pés, para não acordar o companheiro e, no banheiro, desabou em lágrimas. Ela sentia que estava carregando o relacionamento inteiro nas costas — sozinha.
Se essa sensação te acompanha, saiba que você não é a única. Atendo inúmeras pessoas que me perguntam com dor no olhar e com uma fala que demonstra tristeza:
“Karen, meu parceiro não quer conversar, não se envolve, não busca mudanças… eu posso salvar esse relacionamento sozinha?”
A verdade é que ser sempre quem busca diálogo, propõe momentos a dois, tenta resolver conflitos e ainda questiona se é amada(o) é profundamente exaustivo.
Mas antes de concluir que “ele(a) não se importa”, quero te trazer uma pergunta importante:
Será que a história que sua mente está criando é totalmente verdadeira?
Nosso cérebro tem um viés natural de perceber o negativo — ele destaca o que está faltando, minimiza o que existe e cria narrativas que parecem fatos, mas que nem sempre correspondem à realidade completa. Em relacionamentos, isso é ainda mais comum.
Neste artigo, quero te ajudar a entender por que algumas pessoas evitam trabalhar no relacionamento e o que você pode fazer para agir com mais clareza, estratégia e equilíbrio emocional.
E sim — algumas respostas podem te surpreender.
Por que algumas pessoas evitam trabalhar e ajudar no relacionamento?
1. Para elas, “está tudo bem” como está
Cada pessoa tem necessidades emocionais diferentes. Seu parceiro pode realmente achar que o relacionamento está estável e não entender por que você está sofrendo. Isso não significa indiferença — significa que, para ele(a), o status atual é suficiente.
2. Evitam conflitos a qualquer custo
Muita gente cresce acreditando que “falar sobre problemas só piora”.
Por isso, quando ouvem: “Precisamos conversar…” automaticamente entram em modo de fuga. Não é desamor — é medo.
(Se você se interessa por entender essas dinâmicas, recomendo ler também: “Ciúmes no Relacionamento: Normal ou Sinal de Alerta?”)
3. Sentem-se paralisados
Muitas vezes a pessoa até sabe que algo está errado, mas não tem ideia por onde começar. O medo de ser apontada como culpada, ou de não conseguir mudar, a coloca numa postura defensiva.
4. Estão sobrecarregados por fatores externos
Estresse no trabalho, questões financeiras, cuidados com a família… tudo isso drena energia emocional.
E quando a pessoa está no limite, pode parecer distante — mas isso não significa falta de amor.
5. Houve um afastamento emocional
Conflitos acumulados, mágoas e comunicações dolorosas podem levar o outro a “desligar” emocionalmente.
Às vezes, não é que ele(a) não queira trabalhar no relacionamento — é que não sabe como voltar.
(Este tema conversa bastante com outro artigo do blog: “Relacionamento Tóxico: Como Reconhecer os Sinais e Proteger Sua Saúde Emocional”)
Como abordar o seu parceiro de maneira mais eficaz
1. Comece ressaltando o que funciona — antes de falar do que dói
Você pode iniciar assim:
“Eu amo o que já construímos juntos. E, exatamente por valorizar isso, sinto falta de estarmos mais conectados. Gostaria que conversássemos para entender como podemos fortalecer nosso relacionamento.”
Esse tipo de abordagem ativa o sistema de segurança emocional — e não o de defesa.
2. Use o “Início Suave”, um dos pilares Gottman
Evite críticas ou frases que soem como ataque.
Diga o que sente e do que precisa, não o que o outro está fazendo “de errado”.
Exemplo:
“Eu me sinto insegura quando não conseguimos conversar. Gostaria que tentássemos olhar para isso juntos.”
3. Estabeleça limites saudáveis, não ultimatos!
Se você disser:
“Eu preciso que a gente olhe para isso como equipe”
com certeza abrirá portas e um “approach” assertivo.
MAS se você falar assim:
“Se você não fizer terapia de casal comigo, acabou”
Provavelmente fechará todas e afastará ainda mais o seu parceiro/sua parceira.
4. Compreenda que o seu parceiro não é errado — apenas diferente de você
Por mais difícil que seja, você não pode obrigar alguém a se engajar no processo exatamente da forma que você deseja.
Reconhecer essas diferenças é um passo terapêutico essencial.
O que você pode fazer agora?
1. Trabalhe em você — isso também transforma o relacionamento
Melhorar sua comunicação, desenvolver habilidades emocionais e aprender a expressar necessidades sem ativar defesas pode mudar completamente a dinâmica do casal.
2. Reavalie suas expectativas
Muitos conflitos nascem da expectativa irreal de que o parceiro deve suprir todas as necessidades emocionais.
Relacionamentos saudáveis se constroem com equilíbrio.
3. Busque apoio profissional
Um acompanhamento psicológico — individual ou de casal — encurta caminhos que, sozinha(o), você levaria muito mais tempo para percorrer.
Aliás, recomendo que você também leia:
“FOMO: Como o Medo de Estar Perdendo Algo Pode Destruir Seu Relacionamento (e Como Evitar Isso!)”, já que a sensação de desconexão pode afetar ainda mais a percepção de prioridade dentro da relação.
Conclusão: ainda existe esperança — e você não precisa fazer isso sozinha(o)
Relacionamentos passam por fases, altos e baixos, distanciamentos e reconexões.
E a ciência mostra que mesmo casais à beira da separação podem reconstruir uma relação mais profunda e significativa.
Se você está aqui lendo este texto, isso já mostra algo importante:
você se importa. E sua dedicação pode ser o ponto de virada para uma nova fase entre vocês.
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Eu, Karen Holanda, psicóloga especializada em casais e Terapia Cognitivo-Comportamental, ajudo diariamente pessoas que — assim como vocês — querem transformar a relação com mais clareza, segurança emocional e novos caminhos de diálogo.
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